terça-feira, 12 de julho de 2011

DOE PALAVRAS...

Há alguns dias fiquei sabendo de uma campanha do Instituto Mário Penna de Belo Horizonte – MG chamada “Doe Palavras”. Trata-se de uma campanha onde as pessoas são convidadas a enviar através de um site (www.doepalavras.com.br/) palavras de estimulo aos pacientes atendidos pelo Hospital Mário Penna que cuida de pessoas portadoras de câncer. Estão espalhados pelo hospital vários aparelhos televisores onde as mensagens enviadas pelo site são apresentadas aos pacientes, visando trazer um pouco mais de esperança e força na luta contra a doença.

Esta iniciativa me fez refletir sobre as palavras que doamos diariamente. É interessante perceber a preocupação de um hospital em querer que seus pacientes, muitos deles já em estado terminal, tenham acesso à mensagens positivas, sabendo que isso pode produzir um efeito, se não curador, ao menos confortador diante do sofrimento de uma enfermidade.

Diariamente doamos palavras às pessoas com quem convivemos, àqueles com quem nos encontramos esporadicamente, às pessoas que ocasionalmente ou nunca mais veremos. Esbarramos por elas nos caminhos por onde passamos, mas o que podemos perceber é que as palavras doadas, em raras às vezes, produzem o fruto do estimulo, da alegria, da esperança... temos economizado nas palavras que doamos e em muitos casos, temos permitido que um silêncio de morte predomine sobre nós. Veja, por exemplo, nossas famílias: com freqüência encontramos famílias que não dialogam, pais que não conhecem seus filhos, maridos que não sabem das dificuldades que passam suas esposas, ou o contrário, o que tem criado uma sociedade cada vez mais egoísta, individualista.

Doar palavras significa dar ao outro aquilo que existe de melhor em nós através de um elogio, uma palavra de carinho, ternura, conforto, estimulo. Reconhecer e valorizar aquilo que de bom vemos no outro e dizer a ele, não por simples bajulação, mas em um ato de exaltar os pontos positivos daqueles com quem convivemos.

O mundo está carente de pessoas que doem palavras. Isso porque na agitação do dia a dia as pessoas têm se esvaziado em meio ao cansaço, à correria, às decepções e lutas, e como a boca fala daquilo que o coração está cheio e o coração tem se esvaziado, a boca se cala, e o mundo, as famílias, a sociedade fica cada vez mais carente de palavras.

A proposta do cristianismo é levar àqueles que nele vem buscar o sentido de sua vida uma boa nova, e aos que se chamam (ou são chamados) cristãos, cabe a missão de fazer esta boa nova chegar a todos, pois acredita-se que para estes a esperança se renova a cada dia, seu coração se enche de fé, de amor... e um coração cheio transborda em uma doação de boas novas.

Precisamos assumir uma postura diferente em nossa vida, fazendo que cada dia seja um novo dia, um novo recomeço, como acontece no início de cada ano, onde parece que as nossas esperanças se renovam, que ganhamos um ânimo novo e muitas vezes temos até a sensação de esquecer o que de ruim aconteceu no passado... precisamos fazer com que todos os meses sejam “janeiro”, que todos os dias sejam o “dia 1º”, assim, manteremos o nosso coração cheio de esperança e poderemos transbordar isso em nossas palavras.

Doe palavras, seja generoso no ato de reconhecer o que de bom existe no outro, valorize os seus e mostre a eles o quanto são preciosos aos seus olhos, pois assim você terá uma família melhor e, certamente, estará auxiliando na construção de uma sociedade melhor.

Deus o abençoe!

Marcos

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