terça-feira, 12 de julho de 2011

VOCÊ REPAROU?

"Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre". (1Jo 2, 16 e 17)

Hoje deparamos com uma igreja diferente em cada rua por onde andarmos: templos suntuosos ou simples salões, Igrejas tradicionais ou capelas modestas, onde acredita-se, reúne pessoas em nome de Deus, para invocá-lo, glorificá-lo, estar com Ele.Mas estes lugares de culto a Deus não são tão frequentados como os grandes centros comerciais, templos de uma "religião" cada vez mais praticada nos dias de hoje.

Reparem como nos grandes shoppings centers a proposta de um mundo perfeito é claramente apresentada: a ilusão de uma vida sem problemas, nem dor, onde não precisamos ser, somente ter. Um mundo onde não há mendigos, pedintes, doentes... Onde as "melhores marcas" nos conferem um diferencial, um algo a mais, um sentimento de realização que não exige esforço. Onde as marcas parecem ditar o sentido da vida: ... Impossible is Nothing (nada é impossível) ou It´s all (É tudo!) e preencher o vazio interior, esquecer a dor, a decepção, as contrariedades da vida.Onde busca-se não o necessário, mas o supérfluo, e não somente busca, mas sonha, venera, deseja e a única dor é não poder adquirir tudo o que deseja.

Onde as pessoas mais importantes são as que possuem maior poder de compra, as mais dignas são as que usam as melhores grifes, as que têm maior valor são as mais bem vestidas.

A religião do consumismo é também a religião da exclusão da competitividade, da posse, onde só entra que tem poder aquisitivo, religião do egoísmo, onde não há lugar para a comunhão, a partilha, a doação, que prega o ser feliz agora, o paraíso na terra e manda o consumidor totalmente vazio para a eternidade.

Observemos a contrariedade com os ensinamentos de Jesus Cristo, que diz: "buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo" e ainda "amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei". Que nos impele a ser solidários: Dai-lhes vós mesmos de comer...

Jesus não condena o ter, mas o colocar os bens acima de quem somos, filhos amados do Pai, a quem Ele deu o poder sobre todas as coisas: Crescei e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeita-a.

Precisamos buscar Aquele que, verdadeiramente nos dá a felicidade, nos faz olhar para dentro de nós mesmos e perceber que não há grife que determine o valor que temos: “És precioso aos meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti e nos leva a olhar o outro com amor, seja ele rico ou pobre, bem vestido ou não.

Aquele que nos eleva, que deseja a nossa ascensão, que nos diz: Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!

Claudia Ribeiro

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